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terça-feira, 6 de janeiro de 2009

GREEN STAR ... “Não quero agradar a todos”

Prestes a lançar um novo CD, produzido pelo marido, o empresário Marcus Buaiz, a cantora de 26 anos diz que quer ser mãe em 2010, fala do amor por sua família e se diz vítima de preconceito por ser filha do sertanejo Zezé Di Camargo

Em cima de saltos altos finíssimos, Wanessa Camargo subiu de escada os 16 andares do prédio de seu escritório, em Alphaville, na região metropolitana de São Paulo, onde a reportagem de QUEM a esperava para esta entrevista.

A opção pelo caminho mais difícil, no entanto, não tem nada a ver com uma busca desenfreada pela boa forma, mas sim com a fobia de lugares pequenos e fechados. Wanessa, admite, evita os elevadores. “Ainda mais se estiverem cheios.”

Os cabelos presos na hora da entrevista e uma calça justa, tamanho 34, evidenciam o corpo magro. Mas a cantora de 26 anos jura que não faz mais dietas loucas.

“Estou numa fase saúde, comendo tudo orgânico e praticando ioga.” E, para quem acha que subir 16 andares de escada é muita coisa, Wanessa conta que começou uma nova rotina para ficar com tudo no lugar: “Estou correndo 11 quilômetros dia sim, dia não”.


Em 2009, promete surpreender com o novo trabalho, que deve ser lançado em março. “Será um divisor de águas em minha carreira”, diz ela, que vendeu com seu último disco, "Total", 100 mil cópias. “Em uma época de internet, MP3 e pirataria, esse foi um presente para os próximos cinco anos”, afirma.

Neste bate-papo com QUEM, Wanessa conta que chamou o marido, o empresário Marcus Buaiz, para ajudá-la nos novos rumos da carreira. Ele é o produtor-executivo do novo álbum, ainda sem nome e que está sendo gravado em um estúdio na casa dos dois, também em Alphaville.

A cantora, que afirma encontrar na família sua base, falou sobre o casamento, contou do desejo de ter cinco filhos e disse que sofre preconceito por ser filha de Zezé Di Camargo. A seguir, os melhores trechos da entrevista:

QUEM: Você fechou 2008 com 100 mil cópias vendidas de seu último disco, o "Total"...
WANESSA CAMARGO
: É muito bom saber que seu trabalho está sendo reconhecido, que as pessoas estão gostando e comprando CDs originais. Esse é um CD muito especial, pois vão perceber uma quebra muito grande em 2009. Com ele, deixo de seguir um caminho. Vou fechar com chave de ouro.

QUEM: O que esse CD tem de novo?
WC
: Esse CD vai surpreender. Não tem nada a ver, musicalmente, com o que já fiz. Estou me sentindo mais feliz, estou fazendo a música que tem a ver comigo. Estou gravando em casa, num estúdio que montamos lá. Entregaremos o trabalho fechado para a gravadora, com capa, encarte, tudo. O produtor é o (DJ) Deeplick. O Marcus que o descobriu. É a melhor descoberta dos últimos cinco anos.

QUEM: Falando no Marcus, ele é o produtor-executivo do CD. Foi você que o escolheu?
WC
: Totalmente. Mesmo que ele não fosse meu marido, estaria nesse CD. Ele tem uma coisa importantíssima nesse trabalho: foco. Eu estou aprendendo muito com ele. A gente (artista) é meio na lua. E de toda a parte administrativa ele sabe tudo. A minha é mais a área artística. É o casamento do criativo com o responsável.

QUEM: Falando em casamento, dá certo misturar seu relacionamento com trabalho?
WC
: Não é fácil, mas está dando certo...

QUEM: Vocês discutem por causa do novo trabalho?
WC
: Sempre vai existir discussão. Mas temos que saber separar as coisas. Deve ser mais difícil para ele. Marcus tem que separar: saber onde está a mulher dele e onde está a artista.

QUEM: Pode dar um exemplo disso?
WC
: Tem uma foto do (encarte do CD) "Total" que mostra um pouco do meu bumbum. Eu não queria, mas ele insistiu para colocá-la ali. Ele me convenceu, dizendo que era uma imagem forte, sensual. Eu estava cheia de pudores e ele incentivou. Brigou pela foto.

QUEM: Marcus já fez críticas a eu trabalho?
WC
: Já! Cheguei a me irritar com ele! Ele joga na cara (risos)! É bom, pois tenho poucas pessoas que me falam essas coisas. É duro, é muito mais fácil e gostoso ouvir coisa boa. Às vezes eu discordo e defendo, por exemplo, um número que ele não gostou. Mas várias vezes eu concordei com ele.

QUEM: Que tipo de crítica ele faz?
WC
: Desde a roupa do balé que não está funcionando até uma música em que eu preciso me soltar mais.

As pessoas são muito elitistas, intolerantes com o que é diferente delas.


QUEM: Falando em trabalho, seu marido é um empresário da noite. Você tem ciúme dele?
WC: Ah, o truque é não pensar, meu bem! É óbvio que rola ciúme, que você fica louca imaginando que alguém pode dar em cima... tem mulher que dá em cima na cara! Mas eu não fico ligando para a garçonete, para saber o que aconteceu (risos). Tem que ter muita confiança.

QUEM: E os filhos?
WC: Eu quero cinco filhos! Mas está todo mundo dizendo que é impossível, então vou deixar para Deus. Mas eu sempre tive vontade de ter família grande. Segundo as previsões de tarô, eu terei dois. Mas queria no mínimo três.

QUEM: Já tem planos para engravidar?
WC: Ah, vou segurar mais um aninho. Esse CD é importante e não posso estar grávida, não posso correr o risco de ter que ficar de repouso. Minha mãe teve minha irmã trabalhando até o último mês. Comigo, ela quase abortou no sexto mês e precisou ficar deitada o restante da gravidez.

QUEM: Você acha que algo mudou desde o casamento?
WC: Não tenho dúvida: hoje eu o amo muito mais, eu o admiro muito mais. Não consigo me imaginar vivendo sem ele. Sinto uma coisa horrível. Nem vou falar. Não que a gente seja um casal perfeito. Algumas vezes eu me irrito com ele, outras vezes ele quer me enforcar de tão irritado que fica comigo (risos). Mas somos diferentes e isso é normal.

QUEM: O sexo melhora?
WC: Com certeza!

QUEM: No dia-a-dia, ele faz algo que te deixa irritada?
WC: Tinha uma coisa que ele fazia, mas aprendeu muito: ele deixava a luz acesa. Eu não gosto disso. Para você ter uma idéia, ontem eu caí da escada. Fui descer no escuro e acabei desabando!

QUEM: Diminuir o consumo de energia é consciência ecológica?
WC: É! E por causa da conta também. Sei tudo o que se gasta na casa. E, fiquei assustada com a conta de luz, logo que nos casamos. Aí, fui pegando no pé das meninas que trabalham em casa e diminuiu muito. No começo, quando ele ia dormir, eu ficava atrás dele, apagando tudo. Hoje ele se acostumou.

QUEM: Muita gente acha que artista não precisa se preocupar com contas... WC: O quê?! Eu não vou nem falar nada (risos)! E além de tudo sou capricorniana, gosto de ter tudo contadinho! Desde que comecei a cuidar das contas, ver os impostos, comecei a mudar. Foi muito bom para mim. A realidade me acordou completamente.

QUEM: Falando em rotina e família, você acha que existe preconceito por você ser filha do Zezé Di Camargo, que faz uma música mais popular?
WC: Existe... as pessoas são muito elitistas, intolerantes com o que é diferente delas. Desde aquele público que gosta de rock até a elite brasileira, que se considera culta. Mas tudo mudou muito com o filme ("2 Filhos de Francisco", que conta a trajetória da dupla de Zezé e seu irmão, Luciano).

QUEM: Você tem receio de que digam que está renegando a família? WC: Se existe alguém que tem orgulho da família, esse alguém sou eu. Tenho o maior orgulho deles. Amo meu pai, minha mãe... Estou querendo me desvencilhar da música do meu pai. Talvez as pessoas falem disso. Tenho pavor de usá-lo como bengala para conseguir alguma coisa. Quando comecei, por exemplo, meu pai nunca ligou para marcar minha participação num programa de TV.

QUEM: Mas você já gravou sertanejo?
WC: Nunca. Mas existem vários tipos de preconceito. Existe o fato de eu vir de uma família de sertanejos e o cara achar que tudo que vem de lá é igual, tem aquele que me ouviu uma vez e não gostou, tem quem não vá com a cara e pronto... E tem muita gente que tinha carinho por meu pai e transferiu isso para mim. Mas isso não é meta de vida, não quero agradar a todos.

QUEM: Como você vê hoje seus trabalhos antigos?
WC: Acho importante. Já dei muita risada, já vi muita coisa boa que tinha deixado de lado. Já tive entendimento de ver que aquilo era só uma fase, que era uma menina. Já vi tiques de boca que continuavam acontecendo (risos). É um bom aprendizado, uma boa escola.

Tem uma foto do (encarte do cd) “Total” que mostra um pouco do meu bumbum. Eu não queria, mas ele (o marido) insistiu para colocá-la ali.(...) Eu estava cheia de pudores e ele incentivou


QUEM: E quando você vê, por exemplo, o clipe de “O amor não deixa” (de seu primeiro CD, de 2000, um dos maiores sucessos da carreira de Wanessa)?
WC: Não me identifico com a roupa, não me identifico com as caras que fazia... mas eu entendo, acho bonitinho. Fiz o melhor que podia naquele momento. Que bom que melhorei! Sinto que amadureci. Outro dia fui colocar uma roupa, que era uma saia colegial, um sapatinho e uma blusinha. Olhei e falei: “Não posso mais vestir isto, que ridículo!” Era uma coisa bem menininha, me senti patética vestindo aquilo. Sabe aquela mulher mais velha, tentando parecer com 15 anos?

Fonte: Quem