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quinta-feira, 11 de junho de 2009

GREEN STAR ... “Já fiz dietas loucas e tomei remédios”

Ao lançar um cd com arranjos eletrônicos, Wanessa Camargo diz que não se identifica mais com seus discos anteriores e afirma que já sofreu com a pressão para se manter magra


Com os cabelos loiros na altura dos ombros, o corpo esguio e o olhar marcado pela maquiagem, Wanessa Camargo recebeu a equipe de QUEM em um hotel de São Paulo para falar sobre o novo CD, Meu Momento. “Estou mais segura e sei o que quero”, disse a cantora, de 26 anos, que em nada lembra a menina de longos cabelos que rolava pelo chão no começo da carreira, em 2000, enquanto cantava que “o amor não deixa”. “Na adolescência, eu era um pouco gordinha e insegura”, lembra.

Ao analisar a carreira, Wanessa afirma ter orgulho de seus discos anteriores, mas admite que não os faria hoje. Marcus Buaiz, com quem é casada desde 2007, é considerado o grande mentor dessa nova fase, em que a cantora vem buscando identidade – deixou de assinar o sobrenome Camargo, herança do pai, Zezé Di Camargo, na capa do CD. Sem os açucarados hits românticos de seus primeiros trabalhos e recheado de batidas eletrônicas, o novo trabalho, acredita Wanessa, traduz sua identidade. O disco, entretanto, não agradou os pais, Zezé e Zilu Camargo.

QUEM: Você mudou o visual para lançar esse CD e está mais magra. Como vê essa cobrança de estar sempre em forma?
WANESSA CAMARGO: É tão díficil isso! Quando se é adolescente, essa cobrança do peso é horrorosa. Eu já passei por isso, sabe? Na adolescência, eu era um pouco gordinha e insegura. A gente chora, acha que está horrorosa, que ninguém vai gostar da gente. Já fiz dietas loucas e tomei remédios para emagrecer. Já fiz aquelas coisas de comer alface, tomate e sopa. A única forma que achei para ficar magra e saudável foi fazendo a coisa certa: me alimentando direito, controlando a boca e malhando. Mas nossa sociedade é assim. Os pais, as escolas e os psicólogos precisam achar um jeito de mostar aos jovens que esse não é o caminho.

QUEM: Nesse CD, você fala muito de sociedade e preconceito...
WC: A gente julga muito as pessoas. Por eu ter uma carreira pública, por ter um pai que é do mercado sertanejo, passo muito por isso. Essas músicas são um desabafo, uma forma de falar às pessoas: eu estou aqui para fazer a minha história. É uma sensação de luta, de buscar a minha verdade, independentemente do que meu pai fez ou não. Tenho orgulho de ser filha dele, mas por que isso tem que virar algo que me impeça de ser eu mesma? Tenho meu gosto, minha música e minha identidade musical – que é completamente diferente da dele.

“TENHO ORGULHO DE SER FILHA DELE (ZEZÉ), MAS POR QUE ISSO TEM QUE VIRAR ALGO QUE ME IMPEÇA DE SER EU MESMA? TENHO MEU GOSTO, MINHA MÚSICA E MINHA IDENTIDADE MUSICAL.”

QUEM: Seus pais ouviram as novas músicas?
WC: Sim. E, definitivamente, esse não é o estilo de música que eles gostam. Mas meus irmãos gostaram muito!

QUEM: E os fãs de sua fase mais romântica?
WC: Eles estão adorando. Sempre vai ter um ou outro que critica. Mas não ia poder ficar estacionada por medo de um fã rejeitar alguma coisa.

QUEM: Você escuta seus primeiros discos?
WC: Escuto. Tenho muito orgulho da minha obra, mas não me identifico mais. No show novo, sei que tenho que cantar “Não resisto a nós dois”, “Tanta saudade”, “Amor amor”. Se eu deixar esses sucessos de fora, eles (os fãs) vão brigar! Mas as músicas antigas que vão entrar terão uma cara mais atual. Vou mudar arranjos...

QUEM: Em “Perdeu”, você canta sobre ciúme. O Marcus é ciumento?
WC: Nem um pouco. Acho que é porque ele sabe que estou apaixonada. Ele nunca me falou de uma roupa, nunca demonstrou ciúme nenhum. Engraçado... vou até cobrar dele (risos).

Fonte: Quem